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sábado, 7 de maio de 2011

OS PADRÕES DA MANIPULAÇÃO

A mídia brasileira atravessa um período crítico. Na sua busca para induzir o leitor a acreditar em seu ponto de vista, os meios de comunicação distorcem fatos, moldando-os aos seus interesses. O processo para essa manipulação são muitos, começam deste a seleção do que pode ser jornalístico ou não até a ocultação de “detalhes” considerados “não importantes”. O resultado é claro e perceptível: uma sociedade leiga, não pensante e que meneia avidamente a cabeça diante de qualquer informação fornecida.

A notícia faz-se essencial no cotidiano de uma nação. É necessário estar interado com os assuntos importantes que ocorrem, mas também é preciso saber se as informações oferecidas são de certa relevância ou não. Com a exceção de alunos do curso de comunicação social, poucas pessoas sabem sobre os métodos utilizados pela mídia para construir uma realidade entorno dos fatos que condizem aos interesses de quem está fornecendo a informação.  Esses métodos são chamados de “padrões da manipulação”.

São eles:

  1. O “padrão da ocultação” que se encarrega de deixar na mais absoluta ignorância um fato que a imprensa julgue desnecessário sua divulgação, ou seja, trata-se um silencio que acaba sendo conveniente para o interessado em questão. Como exemplo claro disto tem a falida tentativa da Rede Globo de Televisão, em 1984, de ocultar a existência da campanha pelas Diretas Já. Em suma o padrão da ocultação é ignorar um fato ocorrido.

  1. O “padrão da fragmentação” encarrega-se de fragmentar um fato em pedaços, conectando-os de modo que seu sentido passe a ser contrario ao que realmente é, distorcendo-o. Isso se dá de duas formas: pela Seleção de Aspectos, que se encarrega de selecionar os fatos que a imprensa considera jornalístico, e a Descontextualização, que nada mais é do que a distorção do chamado fato “jornalístico”, ou seja, um fato acaba adquirindo um sentido contrario do real. Este meio de manipulação é muito utilizado nas propagandas partidárias políticas, quando um determinado partido tenta fazer com que o outro tenha uma visão destorcida de algo que fez ou disse.

  1. O “padrão da Inversão”, em suma, busca inverter o sentido dos fatos depois de sua fragmentação e descontextualização. Seja a inversão da relevância de seus aspectos, da forma de conteúdo, ou da versão pelo fato.

  1. O “padrão da indução”, nada mais é do que a legitimação por parte da população desta chamada “realidade proposta”, onde por meio da manipulação dos fatos é sugerida uma nova realidade que acaba se tornando uma invenção, ou melhor, uma máscara a frente da verdadeira realidade, e esta, assim, acabam sendo aceita por sua população.

Esses padrões tanto podem ser utilizados em conjunto como separados. Não é uma regra que se aplique a todos os meios jornalísticos, a utilização desses padrões vai depender muito da seriedade de cada jornal. Revistas como a Veja aplicam de forma sistemática esses padrões.

No dia 23 de março de 2011 saiu uma reportagem intitulada “pulso firme contra o crime”, de Laura Diniz. Não é segredo para ninguém que a revista Veja é uma revista de estrema direita, e nessa reportagem que aborda a forma como Geraldo Alkimim lhe dá com a corrupção na polícia paulista. A autora busca o tempo todo ressaltar a imagem de “político exemplo” de Alkimim usando, assim, os padrões de manipulação e uma dose mais que exagerada de subjetividade. Vejamos alguns trechos da reportagem:

“Alckmim: não existe amizade que suplante o bem público” - Existe neste parágrafo o padrão da inversão: há uma troca da informação pela opinião.
“Além do currículo vistoso, Desgualdo se vangloriava de ter uma relação de amizade com a família do governador Geraldo Alckmin, do PSDB. Nada disso, porém, foi levado em conta por Alckmin na hora de tomar uma decisão exemplar no combate à corrupção na polícia” - Padrão da indução: este trecho nos leva a pensar que mesmo o delegado sendo amigo da família de Alckmin, isto não é levado em consideração. Como resultado a imagem de Alckmin, como político exemplo, é ressaltada. 
 “Em dois anos no cargo, Ferreira Pinto demitiu 298 policias corruptos e pôs outros 300 sob investigação. Com isso, reduziu a criminalidade e contrariou a banda podre, que fez de tudo para derrubá-lo” - Padrão da Fragmentação: este trecho está descontextualizado porque diz que ao demitir os policiais corruptos reduziu a índice de criminalidade. Qual a relação das duas coisas? Padrão da inversão: a expressão “banda podre” é uma troca da informação pela opinião.

Não podemos esquecer, porém, que os órgãos de comunicação são empresas, e como qualquer outra visa obtenção de lucros. Por tanto, muitas vezes, essa manipulação se faz necessária, como ocorre no caso dos jornais e revistas sensacionalistas – que destorcem ou busca dar uma ênfase tão grande a notícia que o fato em si, por mais corriqueiro possa ser, ganha proporções de extrema audiência. Como a ocorrida no caso Nardoni. É incompreensível como a mídia, de forma demasiada, deu destaque a este acontecimento, porque no menos ano, no interior da Bahia, uma menina pobre foi atirada viva no rio pelos pais e morreu. Não chegou ao conhecimento de ninguém.

Os motivos para essa manipulação também podem ser políticos, como ocorre no caso da Veja. Sua perseguição ao PT (Partido Trabalhista) faz-se presente em quase todas as páginas da revista. Por ser de direita, seu interesse maio é a promoção e exaltação do PSDB (Partido da Social Democracia do Brasileira)

Trocando em miúdos, essa manipulação descontrolada, muitas vezes utilizada para os mais sórdidos fins, impulsiona cada vez mais o jornalismo para um caminho sem volta. O vício dessa necessidade irresistível de controlar a notícia acaba de forma destrutiva afetando a reputação dos jornalistas. Esses padrões de manipulação não deverem ser visto como algo ruim, pelo contrario, ao passo que se saiba dosar  esses técnicas de persuasão, ela pode, sim, ser usada para fins bem mais construtivos como, por exemplo, a visão crítica da sociedade brasileira – vetada pela promessa de um falso desenvolvimento.

Seria essa imprensa moderna o resultado de anos de repressão pela ditadura militar ou uma tendência que persiste em se romper? Seja qual for à resposta uma coisa é certa: o uso demasiado destes padrões está denegrindo ao poucos a imagem de uma profissão bela por excelência: o jornalismo. Cabe a cada um decidir se a melhor forma de lhe dar com a informação é construindo uma realidade fingida ao redor do fato ou mostrá-lo da forma mais clara e objetiva possível.

Fica a dica.

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